Economista: Um profissional muito além dos números

No curso de graduação em Ciências Econômicas, os estudantes têm acesso a uma formação multidisciplinar, ampla e diversificada, que inclui teoria econômica, macroeconomia, microeconomia, econometria, finanças, sociologia, história e outras áreas. Essa base prepara o profissional para interpretar e transformar a realidade ao seu redor, combinando visão estratégica e compreensão das dinâmicas sociais.
Segundo Tania Cristina Teixeira, presidente do Cofecon, a formação do economista vai muito além do domínio técnico de cálculos, modelos e gráficos. Ela destaca que
o economista tem a habilidade de compreender sistemas complexos e transformá-los em ações concretas, utilizando competências como análise crítica, visão sistêmica e capacidade de síntese. Além disso, o papel do economista na sociedade envolve impacto direto em políticas públicas, desenvolvimento social e econômico, e distribuição de crédito. No século XXI, esse profissional deve unir capacidade técnica e científica para lidar com desafios globais, locais e regionais.
A formação em Ciências Econômicas permite uma atuação ampla, desde o setor público até empresas, ONGs, instituições internacionais, educação e saúde. Tania enfatiza que
o economista é um estrategista e cientista social, que analisa a realidade com olhar crítico e busca compreender as engrenagens que movem produção, distribuição e consumo.
Lucia dos Santos Garcia, conselheira federal, complementa que
o economista examina questões como subsistência, divisão do trabalho, progresso tecnológico e distribuição da riqueza. Ela explica que a aplicabilidade do conhecimento econômico está profundamente ligada ao Estado e à estrutura institucional da sociedade, com a finalidade de prever cenários e intervir em prol do progresso e da justiça social. Além disso, Lucia diferencia o papel do economista de outros profissionais de áreas correlatas, como contadores e administradores, destacando o foco na análise de desenvolvimento e na estrutura material da sociedade.
Sistema Cofecon/Corecons
O Sistema Cofecon/Corecons desempenha um papel essencial na fiscalização e ampliação do mercado de trabalho dos economistas. José Luiz Pagnussat, conselheiro federal e vice-coordenador da Comissão de Mercado de Trabalho, ressalta que o Conselho busca constantemente novos campos de atuação e promove capacitação contínua para garantir a inserção dos economistas no mercado. Ele observa que
economistas ascendem rapidamente a cargos importantes tanto no setor público quanto no privado, e destaca a importância de se manter atualizado e atento às novas demandas do mercado.
Apesar do reconhecimento da profissão, o economista enfrenta desafios, como a atuação de profissionais de outras áreas em campos específicos da economia. Pagnussat alerta que isso pode prejudicar a imagem da profissão, já que esses profissionais não possuem a formação adequada e não estão submetidos ao código de ética do economista.
Atualização da Legislação Profissional
Outro desafio importante é a necessidade de atualizar a regulamentação da profissão. O Projeto de Lei 3.178/2024, apresentado à Câmara dos Deputados, busca detalhar as atribuições do economista, incluindo atividades como planejamento estratégico, perícias e avaliação patrimonial. Pedro Afonso Gomes, coordenador da Comissão de Normas e Legislação do Cofecon, explica
que o projeto reconhece a complexidade da atuação dos economistas na realidade contemporânea, destacando mais de 50 funções nobres da profissão.
Inteligência Artificial e Inovação Tecnológica
O avanço tecnológico, especialmente no campo da inteligência artificial, está transformando a atuação dos economistas. Pedro Afonso Gomes ressalta que
dominar essas ferramentas é essencial para potencializar análises e decisões estratégicas. Ele destaca que tecnologias como o ChatGPT oferecem agilidade e eficiência, mas é necessário o crivo humano para validar as informações. Para Gomes,
o economista deve buscar atualização constante e dominar essas tecnologias para se manter relevante no mercado.
Conselhos aos Jovens Economistas
A presidente Tania Cristina Teixeira oferece dois conselhos principais aos jovens economistas:
explorar novas áreas e participar de redes de discussão. Ela sugere que os estudantes se interessem por temas como
desigualdades, sustentabilidade, economia digital e economia criativa, além de se envolverem com o Sistema Cofecon/Corecons. Participar de eventos, cursos, seminários e fóruns é fundamental para fortalecer a profissão e construir uma rede de troca de conhecimentos com economistas experientes e pesquisadores.
Em arremate, é oportuno destacar o alto valor que o conhecimento multidisciplinar detido pelo economista possui, para sua atuação em perícias judiciais, extrajudiciais e arbitrais, possibilitando uma leitura ampla e abrangente dos fenômenos que afetam o patrimônio.
O conteúdo está no podcast publicado pelo Cofecon em comemoração ao dia do economista, 13 agosto de 2025. Este texto foi escrito por José Marcos de Campos, diretor de desenvolvimento profissional da APEJESP.
A publicação original está disponível em
Podcast Economistas: Um profissional muito além dos números – Conselho Federal de Economia – COFECON
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