Economia e desenvolvimento: Presidente do Corecon-SP traz os desafios, ações e prioridades para o próximo semestre de 2025

Diante de mudanças econômicas, sociais e tecnológicas constantes, o desenvolvimento sustentável e a atuação estratégica do economista podem ajudar as empresas a construírem um crescimento de forma inclusiva. Para isso, compreender os desafios atuais, promover ações que estimulem a inovação e ampliar o protagonismo da classe no setor público e privado são passos importantes para impulsionar os negócios e o país.
A atuação do Corecon-SP, liderada pelo presidente Odilon Guedes, está indo justamente nesse sentido, voltada para promover o fortalecimento da profissão do economista e a elaboração de propostas que contribuam para um desenvolvimento sustentável, inclusivo e estratégico do Brasil. Ele reforça a necessidade de diminuir a taxa de juros, que atualmente impede o crescimento e restringe a produção de riqueza no país. "O cenário econômico do Brasil e de São Paulo tem sido marcado pela queda do desemprego, o aumento da renda média e a inflação sob controle, de 0,84%, nem 1% acima do limite de 4,5% da meta da inflação. São sinais positivos. A preocupação é com relação à alta taxa de juros, que hoje está em 15%, o que resulta numa taxa real da ordem de 10%, uma das maiores do mundo. Ela desestimula investimentos, aumenta a dívida pública e prejudica o desenvolvimento de setores essenciais como educação".
Segundo Guedes, as empresas pedem dinheiro emprestado para aumentar o investimento, e, ao fazerem isso, acabam repassando o aumento da taxa de juros aos custos, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a taxa de juros. "A taxa de juros faz com que o crescimento do PIB seja prejudicado, além de gerar aumento na dívida pública, que neste ano deve alcançar um trilhão de reais apenas em pagamento de juros. Ela pode e deve diminuir, pois causa uma série de problemas à sociedade brasileira, incluindo a redução de investimentos, o aumento da inflação das empresas e cortes nos recursos destinados à educação, já que o pagamento dos juros da dívida pública acaba consumindo recursos essenciais para outras áreas".
Em relação às recomendações do Conselho para promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo, Guedes destaca que "um primeiro ponto importante é que o Brasil precisa de um plano de desenvolvimento que envolva todas as áreas do país". Ele lembra que "historicamente, o Brasil teve planos relevantes, como o de substituição de importações, o Plano de Metas e o segundo PND na década de 1970, mas, após a crise da dívida externa e o aumento da inflação, o país deixou de contar com um plano mais definido". O atual governo, segundo Guedes, encontrou esforços nessa direção e já elaborou um plano, porém "ainda é pouco discutido". Por isso, ele acredita que "o mais importante é envolver toda a sociedade, incluindo setores industrial, de serviços, agricultura e trabalhadores, na implantação desse plano".
Nesse sentido, o Corecon-SP diversas vezes reuniu-se com entidades como FEBRABAN, FIESP, DIEESE, além de manter diálogos com economistas do setor de serviços e da agricultura, buscando construir uma agenda comum. Para viabilizar esse plano, Guedes reforça que "é fundamental diminuir a taxa de juros, pois ela impede o crescimento econômico e a expansão do PIB". Além disso, é imprescindível desenvolver um projeto de desenvolvimento industrial sustentável e inclusivo. "Como o Brasil possui cerca de 215 milhões de habitantes, seu setor industrial deve ser bastante diversificado e abrangente. Essa indústria deve estar integrada a um projeto de sustentabilidade e de distribuição de renda", afirma. Segundo ele, "um dos maiores desafios do país é promover uma maior desconcentração da riqueza, o que pode ser feito, por exemplo, por meio de um aumento real do salário mínimo e de uma reforma tributária que deixe de penalizar os setores de serviços e consumo, beneficiando principalmente a população de baixa renda. Na reforma tributária, áreas como taxar grandes fortunas, o imposto de renda e a distribuição de lucros e dividendos são essenciais para sustentar um projeto de desenvolvimento econômico justo e equilibrado."
Outro foco do Corecon-SP, que também é uma de suas prioridades, é fortalecer a atuação do economista tanto no setor público quanto no privado. "Nosso desafio é fortalecer a profissão, promover o espaço do economista nas prefeituras, no planejamento orçamentário e na elaboração de leis fiscais", afirma Guedes. Ele reforça que "é fundamental ampliar a presença do economista na fiscalização e no acompanhamento do orçamento público, além de fortalecer a atuação junto às câmaras municipais". Para isso, o Conselho vem investindo na realização de debates, vídeos e conteúdos próprios, além de ações de reconhecimento e valorização da profissão. Quanto à atuação dos peritos, o trabalho vem sendo desenvolvido por Pedro Afonso e José Marcos, ambos especialistas na área, que têm contribuído para ampliar a atuação dos economistas nesse campo, reforçando a importância da perícia na esfera judicial e os benefícios de um trabalho técnico qualificado.
Na preparação para os desafios futuros, o Corecon-SP disponibiliza cerca de 600 vídeos de palestras e cursos online voltados aos economistas, com o objetivo de disseminar conhecimentos sobre digitalização, inteligência artificial, análise de dados e inovação. "Estamos discutindo a implementação de cursos específicos nessas áreas, para preparar os profissionais para um mercado de trabalho que exige cada vez mais especialização e tecnologia", afirma Guedes. Além disso, o Conselho tem apoiado a ampliação da atuação dos economistas como peritos, reforçando a relevância da perícia na esfera judicial e promovendo os benefícios de um trabalho técnico de alta qualidade.
Para fortalecer o diálogo com a sociedade, ele cita as viagens realizadas pelo interior de São Paulo. "Estamos presentes em cidades como Santos, São José dos Campos, entre outras e, em breve, iremos a Presidente Prudente, Marília e outras regiões". Essas visitas têm como objetivo promover debates sobre a importância do papel do Estado, o impacto de altas taxas de juros, o desenvolvimento de planos de crescimento regional, além de divulgar textos produzidos pelo Conselho. Entre esses materiais, destacam-se temas como "a necessidade de um projeto de país para o Brasil", "a importância do Estado" e a "elevação das taxas de juros", além da discussão sobre o boletim Focus, elaborado pelo mercado financeiro, e não pelos economistas de setores produtivos e trabalhadores.
Guedes finaliza reafirmando o compromisso do Corecon-SP com o desenvolvimento sustentável do Brasil. "Nosso objetivo é fortalecer a profissão do economista, promover o protagonismo na formulação de políticas públicas, ampliar o diálogo com os diversos setores da sociedade e ajudar na elaboração de um projeto de país que seja justo, equilibrado e capaz de promover o crescimento de todos", conclui.
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